quarta-feira, 11 de julho de 2012

Sobre inclusão digital

Inclusão digital é o nome dado ao processo de redução das desigualdades e dificuldades de acesso às tecnologias de informação e comunicação de uma determinada região ou comunidade. Incluir digitalmente não é apenas disponibilizar meios de conexão com o mundo digital ou “alfabetizar” a pessoa em informática, mas também melhorar as suas condições de vida simplificando sua rotina diária e maximizando o tempo nas atividades com recursos computadorizados.

Sob o ponto de vista ético, a inclusão digital é considerada como uma ação que promoverá a conquista da “cidadania digital”, contribuindo para uma sociedade mais igualitária, com a expectativa da inclusão social. A capacidade de obter ganhos de produtividade a partir do uso da tecnologia da informação é um dos objetivos principais do tema. Dessa forma, além de encurtar as distâncias, oferecer às comunidades que vivem afastadas dos grandes centros oportunidades que incluem a educação e a comunicação, a tecnologia traz para a população os conceitos da modernidade atual.

Ao passo que as sociedades vão se desenvolvendo e se modernizando, há a necessidade de atualizar os meios de comunicação e consequentemente de preparar a população para utilizar esses meios. Algumas atividades tornaram-se computadorizadas pois aumenta a facilidade de serem realizadas pelos usuários , outras pelo simples fato de atividades manuais serem ultrapassadas. O que importa mesmo é que, independente do motivo pelo qual foram realizadas as mudanças, a sociedade precisa acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos. De acordo com pesquisas, a maioria dos brasileiros computadorizados tem curso superior completo e se situa entre as classes A, B e C, enquanto para as classes D e E a quantidade cai consideravelmente. Quanto à faixa etária predominante entre esses mesmos usuários, 23% vai de 16 a 24 anos e apenas 8% são pessoas acima de 60 anos. Os dados permitem traçar o perfil do indivíduo "incluído digitalmente": jovem, pertence às classes superiores, provavelmente vive em um lar com diversos recursos tecnológicos e portanto sabe usá-los, além de possuir uma conexão rápida à internet. Sabemos que a dificuldade na inclusão digital não se concentra somente na apropriação da máquina mas se estende para a dificuldade de aprendizado na utilização dela, e um dos fatores é a carência de contato com a linguagem utilizada nos equipamentos. É notório que idosos e pessoas de classe baixa apresentam uma certa resistência em assimilar o que deve-se fazer em um computador.

Diversos projetos são criados por ONGs, governos e algumas empresas com o objetivo de promover o acesso dos segmentos mais pobres da população e de deficientes físicos às tecnologias da informação. Embora existam muitos que obtêm êxito, em alguns existe um interesse maior por parte dos criadores em divulgar esses projetos em benefício próprio. É comum ver empresas e governos falando em democratização do acesso e inclusão digital sem critérios e sem prestar atenção se a tal inclusão promove os efeitos desejados. No entanto, diversos outros programas como o PID - Projeto Inclusão Digital criado pela UNIJUI, preocupam-se em melhorar o quadro social da classe a partir do manuseio dos computadores, afinal ter um computador não significa necessariamente que a utização do mesmo irá trazer uma otimização na vida dos usuários. Para isso, disponibilizam instrutores para darem aulas teóricas e práticas.

A inclusão digital torna-se parceira da cidadania e da inclusão social. Desta forma, a inclusão digital vem como fundamento na busca pelo desenvolvimento humano, tendo em vista o novo paradigma do mundo moderno, em que cada vez mais as atividades do cotidiano dependem das Tecnologias de Informação e Comunicação.



Referências



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