quarta-feira, 30 de março de 2016

O cinema e a internet

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Na década de 80, do século passado se preconizou que o cinema iria terminar em função da disseminação dos conteúdos de cinema em vídeo. De fato houve uma diminuição das salas de cinema e sua adequação aos novos tempos com mais salas dentro de um mesmo espaço, oferecendo uma programação mais flexível. A multiplicação de locadoras de vídeo deu aos espectadores controle sem igual sobre o que viam, anunciando a interatividade.
 
Com a popularização da internet entre os meios de comunicação, muitas barreiras foram quebradas em relação a variedade de conteúdo. Atualmente todos podem se informar sobre um mesmo assunto valendo-se de várias fontes e é possível qualquer usuário disponibilizar conteúdo, seja em páginas pessoais ou em sites comerciais, apresentando um cenário otimista dentro da industria cultural.

A invenção do computador trouxe a possibilidade de digitalização da informação. Com a digitalização e a internet, temos possibilidade de disseminar em escala infinita, informações e conteúdos, sejam eles textuais, imagens, sons e também combiná-los formando assim a multimídia. O rápido desenvolvimento da multimídia possibilita e facilita a distribuição, disseminação e recepção dos conteúdos cinematográficos e audiovisuais. Esse cenário favorece produtores e realizadores de vídeo ou filmes para televisão e cinema, que podem hoje contar com um espaço livre e em muitos casos gratuitos para divulgação e disponibilização de suas obras.

Depois de um século de película, houve uma grande mudança tecnológica e o advento da filmagem digital, onde diretores e cineastas obstinados puderam produzir filmagens de longas com baixo orçamento. Essas facilidades técnicas e financeiras, aliadas a proliferação de festivais, como o Sundance, estimularam o se convencionou chamar de “cinema independente” em todo o mundo, causando grande impacto num público, já anestesiado pelos blockbusters da indústria tradicional americana.

A internet veio a facilitar ainda mais a integração do público com as obras. A apenas um clique de distância, as pessoas podem conhecer novas culturas e acessar conteúdos produzidos em qualquer país.  Muito embora as produções norte-americanas ainda predominem no mercado cinematográfico e ocupem lugar de imponência, a internet cada vez mais torna possível o contato do público ocidental com produções antes jamais imaginadas. Como produções engajadas, realizadas em países orientais, europeus e da oceania que sem tradição audiovisual vem destacando-se com temas como  ecologia, meio ambiente, responsabilidade social e críticas a sociedade contemporânea, ganhando cada vez mais espectadores.

As novas tecnologias de televisões de alta definição, recursos de interatividade e aparelhos DVD, diminuem a audiência dos cinemas em todos os países globalizados. Alia-se a esta realidade o crescimento dos acessos a internet e suas possibilidades de disponibilização de conteúdos fílmicos.
Estamos vivendo a transição da supremacia da televisão e a reconfiguração à nova mídia da Web. A convergência de mídias já está entre nós  há anos e nos possibilita a captura  filmes da web,  seu armazenamento em PCs e  sua exibição, através de cabos, em  TVs.  Hoje tecnologias sem fio também podem fazer a ligação destes mundos.

Existem algumas questões que estão sendo gestadas, como em relação a necessidade de adaptação e até mesmo transformação com relação as linguagens criadas e desenvolvidas especialmente para produções direcionadas para internet, como por exemplo a linguagem da interatividade.

As tecnologias digitais avançadas e cada vez mais difundidas contribuem  para o processo  de massificação e pulverização da criação audiovisual. Os custos para aquisição de tecnologia digital estão cada vez mais acessíveis a todas as camadas da população. Os suportes como a internet e o celular, ferramentas cada vez mais fáceis e  disponíveis  ao público, popularizam e ampliam o espectro de audiência.

Os novos tempos poderão mudar a forma de assistirmos a um filme, tanto do ponto de vista de quem faz,  quanto de quem assiste.  O vídeo já oferecia uma certa autonomia nas condições de recepção e visualização de uma obra com as possibilidades de avançar, retroceder, pausar. Controle este que o cinema não proporciona em seu local original. Nos tempos atuais, pela internet ampliou-se muito mais as possibilidades de operações possíveis, tais como, editar, apagar, sobrepor, distorcer, fundir. Os programas estão a disposição do usuário. O cinema na internet possibilita a interatividade.

Mais do que isso, hoje em dia, todos podem fazer seus filmes, seja com utilização de câmeras digitais, que tem seu custo a partir de quinhentos dólares americanos, ou utilizando câmeras em celulares amplamente disseminadas, bem como ilhas de edição domésticas obtendo excelente qualidade. Todos podem concretizar suas idéias, desde que estejam bem dimensionadas. Mesmo que falte estética e técnicas aprimoradas. A igualdade de oportunidades é mais real que nunca. E o celular, mais ainda que a internet permite a visualização praticamente em tempo integral.

O  fato é que há ainda uma carência conteúdos com roteiros criados e pensados a partir e para esta mídia ( internet) especificamente, onde a qualidade de texto,  pertinência de idéias, soluções criativas, possibilite desdobramentos tanto na linguagem quanto interatividade, e, justifiquem  maiores investimentos de empresas, governos e profissionais independentes.

Como anda a literatura em tempos de internet?

Segundo o escritor e ensaísta Kenneth Goldsmith, a internet está para a literatura assim como a fotografia esteve para a pintura. Diz o autor que se o advento da fotografia, ao retratar objetos com mais realismo e precisão, obrigou a pintura a partir para o abstracionismo, o surgimento da internet, ao disponibilizar uma quantidade sem precedentes de texto, obriga a literatura a repensar a si mesma. Nesse sentido, seu interessantíssimo livro Uncreative Writing defende que o conceito de “criatividade” seja algo obsoleto, assim como a noção de “autoria” – para ele não precisamos que nada mais seja criado, mas devemos aprender a usar e negociar a vasta quantidade de texto que já existe.

Kenneth Goldsmith. Foto: Charla Jones/Globe and Mail
Kenneth Goldsmith.
Foto: Charla Jones/Globe and Mail

Usar o que outros já criaram remete, é claro, à prática do remix (ou do sampler em outro termo). Depois de uma breve pesquisa descobri que houve uma onda de escrita sampler no Brasil mais ou menos entre 2009 e 2011. O site MixLit, cujo autor se apresenta como o DJ da literatura, faz uma série de posts que são nada mais que colagens de outros textos, sempre selecionando partes que se encaixam, para que no final algum sentido seja produzido. O blog objeto sim objeto não, por sua vez, fez um manifesto pelo cut & paste literário, “um texto coletivo sobre o fim do autor solitário e poderoso, um documento sobre o tempo em que as palavras e as coisas precisam se libertar do seu valor de mercado e circular livremente”.
Recentemente, o colunista Hermano Vianna também fez considerações sobre isso em sua página, ao deixar no ar a ideia de que o garoto que em 2012 copiou uma receita de miojo na redação que escreveu pro Enem seja, na verdade, um gênio da uncreative writing. Quando falamos em remix,  sampler ou copy & paste aplicados à literatura, é desse movimento – uncreative writing – que estamos tratando.
Mas ele não é o único – também existem outros movimentos que podem ser destacados. Um sucesso editorial recente foi o livro Eu me chamo Antônio, baseado na mistura de desenho e escrita que o autor publicava em sua página no Facebook. Essa mistura de letras e imagens constitui o estilo chamado de visual writing, que vem ganhando cada vez mais adeptos, como a página ex-estranhos. Esse estilo parece ser uma aproximação entre escrita e criação de memes – são textos curtos com imagens fáceis de digerir, concebidos e criados para serem compartilhados. 


O visual writing parece confirmar a frase que diz que vivemos na “Era da Imagem”, como se nos nossos tempos o texto por sí só já não fosse suficientemente atrativo. Mas pelo o que se pode ler de Kenneth Goldsmith, a verdade é o contrário. Segundo este, com a internet, a “Era da Imagem” se extinguiu, ao passo que entramos na época de “Vingança do Texto”. Isso porque o que tomamos como gráficos, sons e movimentos em nossas telas nada mais sã0 do que uma fina camada, por baixo da qual existe um mar de linguagem textual. Uma mostra disso pode ser vista a partir do seguinte experimento: vá na sua pasta de imagens, escolha qualquer uma (de preferência que não vá usar) e modifique a extensão dela de jpg para txt. Abra esse arquivo e o que você vai encontrar é puramente texto, esse que serve de base e possibilita que a imagem apareça pra você tal como ela é. Você pode modificar o texto desse arquivo, salvá-lo, e depois passá-lo para jpg novamente. Ao abrí-lo, o que você verá é outra imagem.
Além disso, todos os sites que navegamos tem como base o (textual) código HTML. Goldsmith vê, dessa maneira, a linguagem como matéria, e não apenas como produtora de sentido, o que faz com que programadores e poetas estejam, em sua visão, em pé de igualdade em nossa época, enquanto especialistas em manipulação da matéria textual.

Fontes: Deli Art

quarta-feira, 16 de março de 2016

EXTRA! EXTRA! Popeye é um cyborg!!

 
Antes de começar, quero citar um trecho do texto do Profº Edvaldo - A CULTURA DO CORPO MUTANTE, "Equipar o corpo, construir a eficiência. O novo ideal de que a carne deve ser remodela, mescladas com próteses, naturais e artificiais, acentua as funções úteis da biotecnologia: elaborar, dinamizar e alimentar os corpos mutantes. Ao mercado do corpo, incentivado pela publicidade, cabe o pavoneamento dos cânones efêmeros em festejos cotidianos."
 
Passei a minha infância sem saber que esse marinheiro baixinho não passava de um ciborg que ativa seus super poderes ao ingerir este composto de espinafre enriquecido com nano partículas de moléculas que fazem duas fibras musculares melhorarem e aumentar a força física. Bem que eu imaginei que algo estaria errado... Eu também comia espinafre e não ficava com a força do Popeye, era de se esperar eu não era um ciborg! Alías... Sou um ciborg desde o dia em que eu nasci, pois fui vacinado... Caramba.... Também sou um ciborg! 

Mas e agora? Todas as pessoas que conheço são vacinadas, possuem uma obturação dentária, óculos, SIM! Painho (meu pai), Mainha (minha mãe) e eu usamos óculos... Caramba! Sou oriundo de uma família de ciborgs!
 
A minha concepção de ciborg era de seres humanos contituidos de partes mecanincas/eletronicas para sobreviver ou suprir uma deficiência física! Mas até com a minha própria concepção vejo que até o pirata do desenho é um ciborg.. Pois ele tem uma perninha de pau né! Capitão gancho um ciborg com um gancho no lugar da mão!
 
Fico me perguntando, e quem tem um olho de vidro? É um ciborg também?
 
Para concluir deixo um pedido a vocês que estão lendo.
 
Caso conheçam algum humano "original" diz pra ele entrar em contato! Tenho vontade de saber como é ser um ser humano normal sem traços ciborgs...
 
E sr Popeye, hoje descobri que vc não é um marinheiro e sim um ciborg. Entrarei em contato com o Bruutus e com a Olívia Palito para informa-los que o senhor é um farsante e esconde este segredo de todos nós!

David Sodré
16/03/2016

quarta-feira, 2 de março de 2016

Vamos falar de Cibercultura?


 Antes de falar dela, assista esse pequeno vídeo...

https://www.youtube.com/watch?v=fzHKUWyouo0


Então...
Conseguiu entender ao que se refere?

A cibercultura trata-se da troca social feita também através do uso das novas tecnologias

Interconexão

No advento da cibercultura a peça fundamento paratudo funcionar são os meios tecnológicos juntamente com seus usuários frenéticos se comunicando a todo segundo com todo tipo de informação.
Toda essa rede de pessoas e dispositivos fazem a interconexão realidade e cada um utiliza da forma que lhe é mais conveniente.
Um exemplo atual hoje é o Whatsapp onde todos estão conectados e compartilhando informações, mídias e etc.

Comunidades Virtuais

Sim, é isso mesmo!
Várias pessoas com interesses em comum sobre determinado assunto se agrupam em um determinado local no ciber espaço e ali trocam informações, idéias, discutem sobre os assuntos que lhes são convenientes.
Um exemplo de comunidade virtual são os grupos do FaceBook onde ali existem diversos usuários que compartilham do mesmo interesse e trocam ideias em tempo real.

Inteligência Coletiva

Um dos conceitos mais importantes abordados por Pierre Levy é a noção de inteligência coletiva, que tem que ser aumentada com a transparência dos dados, com o colaborativismo e com o pensamento crítico diante dos algoritmos (avaliar as fontes de informação que recebemos, cruzar dados, colocar as coisas dentro do contexto). A construção do conhecimento é realmente ligada a inteligência coletiva pois a partir de cada um pode-se conseguir algo grandioso e útil para ser utilizado por todos.
Um exemplo prático na minha concepção é o uso do Waze onde a partir da localização, informação e condição do usuário logado outros usuários podem mudar suas rotas para evitar congestionamentos.

Cultura Digital e Educação

A cultura digital e educação quer se constituir num diálogo ativo na busca por mudanças de paradigma na educação. A ideia é apoior no compartilhamento de experiências que exploram, demonstram e analisam as possibilidades criativas da integração das Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC) aos currículos escolares.
Em outras palavras, utilizar os meios tecnológicos para ensinar na sala de aula e transformar a escola tradicional na escola do futuro. Provendo aos seus alunos e professores experiências de aprendizado próximas das atividades cotidianas de lazer quando se tratando de ambiente virtual/digital.

David Sodré Lins